Segunda parte de minha Crônica. Leia antes dessa o conto "Despertar"
- Fase um concluída.
- Iniciar fase dois.
Com as pernas ainda vacilantes, ele tenta se levantar, sua tentativa é falha.
Olha ao redor, enchergava uma sala com paredes e piso de metal, elas refletem uma imagem foca de si, dessa vez com determinação, força sua mente a se lembrar de como se anda e trêmulas suas pernas e pés respondem com fidelidade. Notou ao seu canto esquerdo, um pequeno mezanino de vidro transparente, algumas roupas em cima.
Se vestiu, Pareciam estar "esperando" por sua presença, no mesmo instante que o pensamento lhe estalou, seus sentidos indicaram a presença de alguém no cômodo. Em subido se virou.
- Quem é você?
A pergunta se direcionava a pessoa que caminhava em sua direção, ao se aproximar, quase não foi possível assimilar em sua mente tal encanto, após a silhueta se tornar visível, pode se notar uma linda mulher com cerca de 1,67m, deveria pesar não menos que 63k distribuídos estrategicamente pela Natureza, um olhar sereno que penetra a minha alma, me faz querer morrer e viver ao mesmo tempo, um sorriso cínico no rosto que me fazia querer descobrir cada segredo por debaixo daquela blusa, daquele jaleco branco.
- Quem eu sou não é a questão, o que importa aqui é quem é você?
- Como? Onde... Diga logo! Onde estou? Quem é você. Responda-me, Eu exijo...
- Como pode querer Exigir algo aqui? Sabes quem és para poder falar assim comigo?
- Meu nome não importa! Diga logo, diga-me o que preciso e eu talvez a deixe.
- Ah, como é estúpido! Por que achas que seu nome é importante aqui? Por que achar que ele diz que você é?
- Deixe de piada!
- Quando será que irão aprender que você não é quem assina ser, mas sim o que pensa ser, o que faz ser. Seus atos, suas memórias, seus pensamentos... Isso sim me dirá quem é você
- ...
- Me responda quem é você, se responda quem é você e tudo será esclarecido
Neste momento suas atenções se voltavam e suas memórias, buscavam freneticamente um vestígio, um nome, uma imagem, um qualquer que faiscasse a chama de sua alma.
O comichão se instalou em sua cabeça, uma dor, mista do desespero da busca lhe invadiu os sentidos, seus joelhos sucumbiram e o baque surdo ecoou pela sala, suas mãos esgueiravam freneticamente seu rosto e cabelo, seus olhos se afundavam na escuridão das memórias...
Os gritos de desespero ecoavam pela sala metálica, gritos agônicos, desesperados, de uma alma sucumbida na escuridão, então, duas mãos, macias, quentes, finas, ergueram-se p/ o sustento...
A jovem mulher segurava firmemente as minhas mãos, olhava freneticamente em meus olhos, em minha alma e algo lá dentro, conforme Newton previa séculos antes, respondeu.
De relance ele se lembrava de tudo, seus pais, sua infância, sua primeira fratura, seu primeiro amor e desapontamento, seu primeiro beijo, sua adolescência, suas loucuras e porres, seus estudos, seu treinamento, seu trabalho e suas habilidades.
Com a convicção que lhe era de direito, levantou, olhou friamente, porém com amor p/ a jovem mulher e disse:
- Sou John, o "Sniper".
- Senhor... Fase dois concluída com sucesso.
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